A Polícia Civil divulgou, na manhã desta segunda-feira (9), o resultado do laudo pericial do corpo da adolescente indígena Daiane Griá Sales, de 14 anos, encontrada morta em uma área próxima à Reserva Indígena do Guarita, em Redentora, no Norte do RS. De acordo com a análise, a causa da morte é indeterminada.
Não foram encontradas lesões de arma de fogo ou arma branca, nem lesões por asfixia. Novas amostras foram colhidas para uma segunda análise, que deve ser concluída nos próximos 15 dias.
A adolescente da etnia Kaingang foi encontrada morta na última quarta-feira (4), em uma lavoura próxima à reserva. Ela estava sem roupas e com parte do corpo apresentando sinais de violência.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio, com possibilidade de crime de natureza sexual e ocultação de cadáver. O óbito teria ocorrido entre a noite de sábado (31) e a madrugada de domingo (1º). A vítima residia na Terra Indígena do Guarita.
De acordo com o cacique da tribo em que ela morava, Carlinhos Alfaiate, e o delegado do caso, Vilmar Schaefer, Daiane participou de uma festa fora da reserva na noite em que foi morta.
O representante da comunidade explica que o grupo deve respeitar limites horários para atividades fora da reserva. Entretanto, algumas pessoas deixam o local além do período permitido, conforme o cacique.
"A gente na nossa comunidade tem limite de horário. Depois que a gente fecha os barzinhos [da reserva], eles acham o pessoal lá fora", afirma. "E aí no momento estava a Daiane. Nós temos quase 8 mil índios, muitas vezes não consegue segurar. Mesmo assim a gente não vai culpar ninguém pela saída dela", explica.
Segundo o delegado, 20 pessoas já foram ouvidas na investigação.
Por: Maria Eduarda Ely, RBS TV Passo Fundo
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