Estelionatos: volume de crimes quase dobra na pandemia
Publicado em 18/10/2021 às 15:23
Atualizado em 18/10/2021 às 15:23
Por sites na internet, redes sociais, WhatsApp, telefone ou até em abordagens na rua ou em residências, independente do canal ou da forma, os golpes – enquadrados nas estatísticas como crimes de estelionato – se intensificaram neste período de pandemia. Nos 21 municípios da abrangência do jornal Folha do Noroeste, comparando os casos de estelionato registrados em todo o ano de 2019 com os registros efetuados até o mês de agosto deste ano, a quantidade quase dobrou no período.
Há dois anos, as cidades abrangidas pelo FN tiveram 271 casos registrados no sistema da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-RS), enquanto que nos sete primeiros meses deste ano, os registros já alcançavam 517 casos na região. O volume de casos também é alto ao se comparar 2021 com o ano passado. Nos 12 meses de 2020, a região registrou 598 estelionatos, já em pouco mais de seis meses deste ano, o quantitativo de casos quase alcança a mesma quantidade de registros do ano anterior.Golpes bancáriosEntre os casos de estelionato, os que se destacam pelos danos causados às vítimas são as tentativas de golpes envolvendo instituições bancárias. Nesse sentido, a gerente de um banco da região – que preferiu não se identificar – detalha e alerta as pessoas sobre as diversas formas de atuação dos criminosos.
– Temos registros de várias situações, desde o golpe do motoboy que é o mais antigo que a gente conhece, em que o cliente entrega o celular e os cartões depois de já ter fornecido todos os dados em uma ligação prévia feita pelos criminosos, sob a alegação de que o cartão teve algum tipo de problema e a ação é uma falsa proteção ao cliente, até a registros que pela primeira vez chegam à nós. Entre eles, o que mais está ocorrendo são os testes no aplicativo, onde os estelionatários ligam se passando por um funcionário do banco e pedem para fazer um teste no aplicativo. Aí nesse teste eles fazem uma transferência ou um PIX de valores expressivos lesando os clientes – detalha a gerente.
Além disso, a profissional alerta sobre outro tipo de golpe que tem tido registros frequentes entre os clientes da instituição bancária. “Temos relatos de que os clientes recebem ligações dos criminosos no telefone fixo, onde é solicitado para falar diretamente com o titular da conta corrente. Na conversa, os estelionatários informam que eles identificaram e fizeram a retenção de um PIX ou uma TED de um determinado valor, geralmente em um valor alto. Nesse caso, a pessoa fica assustada e afirma que não fez essa transação. Nesse momento, os estelionatários pedem para que a vítima conceda acesso ao aplicativo para fazer a eventual verificação para reaver o suposto valor. Nesse momento que a vítima concede acesso ao celular, ocorre a permissão que os criminosos buscavam para ter livre acesso ao aparelho de forma remota e aí conseguem acesso ao aplicativo do banco específico e a todos apps de outros bancos que o cliente eventualmente tenha instalado”, relata a profissional.
Nesse tipo de golpe, a gerente complementa que quando a vítima desconfia da situação, os estelionatários pedem para a pessoa desligar a ligação e ligar novamente para o banco, até mesmo pelo número 0800 da instituição. “Porém, os criminosos pedem que a ligação seja feita pelo telefone fixo, pois eles conseguem fazer a chamada máscara. Desta forma, para qualquer número que você ligar, vai acabar dando na central utilizada pelos estelionatários. Assim, eles tentam passar credibilidade ao processo e facilitar o golpe”, cita.Orientações para evitar o golpeAnte aos riscos que esta e outras práticas utilizadas por estelionatários causam, a gerente da instituição bancária faz alertas aos clientes e pessoas. “A orientação que o banco passa é que o banco não liga pedindo para fazer teste de aplicativo ou de qualquer operação que seja. Não são feitas ligações informando que teve uma conta ou transferência de determinado valor para confirmar essa operação. E sempre que os clientes receberem esse tipo de ligação, que eles retornem à ligação ao banco, mas através de um aparelho celular ou de um telefone de terceiro ou, ainda, ir presencialmente. Além de não entregar nenhum tipo de cartão, senha, celular, nem nada. O banco não precisa de nenhum dado, porque nós temos tudo aqui”, afirma a gerente da instituição.
Em caso de queda em algum tipo de golpe, outra orientação é sempre realizar o registro policial, seja presencialmente ou através da Delegacia Online. O registro da ocorrência auxilia as forças policiais a monitorar e identificar grupos criminosos especializados nesse tipo de crime e reduzir sua atuação, além de monitorar o modo de operação e emitir dicas de como evitar cair nos golpes.
Por: Folha do Noroeste
Foto: Adriano Dal Chiavon/Arquivo FN
Publicado por
Rádio Avenida
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