O governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou o projeto a deputados da base aliada nesta quarta. O texto deve ser enviado ao parlamento.
“Os 60 mil professores que estão em sala de aula, nas escolas, vão receber um reajuste efetivo de 22,5%, maior do que a inflação desde 2019 até aqui. O professor que entra no estado para dar aula, hoje, recebe R$ 3.030, e vai passar a receber R$ 4 mil. É um avanço importante, e isso acontece com o estado pagando as contas e os salários em dia, pagando 13º em dia, sem atrasar vencimentos”, disse.
A presidente do CPERS Sindicato, que representa os trabalhadores da educação na rede estadual, classifica o reajuste como “indecente”. Para Helenir Schürer, profissionais da ativa e aposentados terão reajustes diferentes.
“O sentimento não podia ser outro, indignação. Este sindicato fez, durante todo este ano, a nossa campanha salarial dizendo para o governo, com clareza o que queríamos, reajuste igual para todos: professores da ativa, funcionários da ativa, professores aposentados e funcionários aposentados”, aponta.
Conforme levantamento do g1 feito em outubro, o RS tinha o sexto piso mais baixo do Brasil na educação.
Hoje, os salários de 40 horas variam de R$ 2.886,30 (para profissionais com magistério em início de carreira) a R$ 5.049,56 (para profissionais com doutorado em fim de carreira). Com a proposta do governo, os salários dos dois extremos da carreira iriam para R$ 3.809,92 e R$ 6.665,42.
Professores em sala de aula terão aumento médio de 22,5%. No caso dos aposentados com paridade, o aumento é menor, de 6,15%.
O governo afirma que, se fosse aplicar os 31,3% do piso nacional à folha de pagamento do magistério, o impacto anual nas finanças do estado seria de R$ 1,3 bilhão, o que, segundo o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, não cabe no orçamento.
O CPERS reclama de sete anos sem correção da inflação sobre os salários, com cálculos que apontam para uma defasagem de 47,82% nos vencimentos.
Por: G1 RS
Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini