Sobe para 49 número de municípios gaúchos em situação de emergência por falta de chuva
Publicado em 28/12/2021 às 09:34
Atualizado em 28/12/2021 às 09:34
Capa Sobe para 49 número de municípios gaúchos em situação de emergência por falta de chuva
Subiu para 49 o número de municípios gaúchos em situação de emergência em razão da estiagem. Os últimos decretos que chegaram à Defesa Civil Estadual nesta segunda-feira, 27, são dos municípios de Santo Augusto, Soledade e Tapera. Os prejuízos na agricultura estão sendo contabilizados, mas, segundo a Emater, já há municípios com perdas de 90% na plantação de milho. Pelo menos um município já começou a racionar água. Trata-se de Hulha Negra, na região da Campanha. Desde 22 de dezembro, cinco poços artesianos ficam fechados no período das 13h às 18h. A cidade é abastecida exclusivamente por meio desses reservatórios, sendo necessária a utilização de caminhão-pipa para levar água a residências do interior e localidades próximas da sede. Coordenador da Defesa Civil no Rio Grande do Sul, o coronel Júlio César Rocha Lopes diz que o órgão busca realizar rapidamente a homologação dos decretos de emergência para que o reconhecimento por parte da União ocorra e as verbas necessárias possam ser liberadas. - Essa situação nos preocupa. A Defesa Civil está em alerta permanente junto à Sala de Situação, junto aos meteorologistas que nos trazem que estamos com o fenômeno La Niña, que traz chuva abaixo da média, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, e temperaturas altas em todo o Estado. Essa combinação, com certeza, vai levar outros municípios a decretarem situação de emergência pela estiagem — diz Lopes. Em Frederico Westphalen, falta água para consumo humano para os animais no interior. - Os açudes estão secando. Estamos puxando para consumo humano e animal 1,3 milhão de litros de água por mês. Para as pessoas, pegamos da Corsan, na cidade. Para os animais, puxamos de um açude que tem no nosso parque de exposições. Os poços artesianos secaram. Estamos furando novos e refurando mais fundo alguns, mas não está resolvendo — lamenta o chefe do interior da Secretaria da Agricultura do município, Paulo Roberto Rodrigues, ao ressaltar que a situação se agravou há cerca de dois meses. Diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri manifesta preocupação no que diz respeito à agricultura e pecuária. — Nos preocupa essa estiagem devido à dimensão que ela tem, uma severidade, ao menos aparente, maior que as outras, como a que passamos no ano passado, por exemplo. É um cenário bastante complexo que estamos passando. Me remonta a outras estiagens mais complexas que tivemos no Estado. Mas desejamos que seja apenas uma percepção e isso cesse e possamos ter uma recuperação das safras — observa Rugeri. O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre, Alexandre Garcia, lembra que a que Capital não tem histórico de racionamento. Ressalta, no entanto, a importância do uso racional da água, evitando desperdícios. Segundo ele, o reflexo sentido com a estiagem na Capital é o cheiro e gosto na água. — Recebemos muita carga orgânica, especialmente do Rio Gravataí. O Guaíba sofre com a floração de algas. Com isso, o cheiro e o gosto da água ficam mais acentuados — explica o diretor, ao lembrar que esse fenômeno começou a ser sentido em Porto Alegre no fim de novembro. Geógrafo, mestre em Geociências e com doutorado em Climatologia e Mudanças Climáticas entre a Antártica e o sul do Brasil, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Francisco Aquino diz que pesquisas feitas na instituição indicam que essa estiagem é umas das mais longas das últimas décadas. — O detalhe que chamou a atenção, e que passamos neste ano, é que passamos longos períodos sem chuva e quando ela vem, vem concentrada. O que aconteceu na atual estiagem, que aliás persiste: teve um momento em que choveu no Estado. Isso foi lá pelo início do ano. E choveu no momento exato para ter a produtividade e a lavoura ser salva. Então, foi um milagre. Se isso não tivesse acontecido, os prejuízos econômicos associados à agricultura teriam sido muito mais impactantes — interpreta Aquino. Segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que atende a 317 municípios, não há racionamento na sua área de atuação, mas há o alerta para a necessidade de uso racional da água. Municípios em situação de emergência em razão da estiagem
  1. Agudo
  2. Alto alegre
  3. Ametista do Sul
  4. Arroio do Meio
  5. Barra do Guarita
  6. Barra Funda
  7. Caiçara
  8. Campos Borges
  9. Capão do cipó
  10. Cerro Grande
  11. Crissiumal
  12. Cristal do Sul
  13. Dois Irmãos das Missões
  14. Doutor Ricardo
  15. Erval Seco
  16. Esperança do Sul
  17. Espumoso
  18. Fontoura Xavier
  19. Frederico Westphalen
  20. Iraí
  21. Jacuizinho
  22. Jóia
  23. Júlio de Castilhos
  24. Liberato Salzano
  25. Nonoai
  26. Nova Bréscia
  27. Novo Barreiro
  28. Novo Tiradentes
  29. Palmitinho
  30. Pinhal
  31. Planalto
  32. Quevedos
  33. Quinze de Novembro
  34. Rio dos Índios
  35. Rodeio Bonito
  36. Rondinha
  37. Santa Maria
  38. Santo Augusto
  39. São José das Missões
  40. São Pedro das Missões
  41. São Valério do sul
  42. Sarandi
  43. Santo Augusto
  44. Soledade
  45. Tapera
  46. Tenente Portela
  47. Tiradentes do sul
  48. Tupanciretã
  49. Vista Gaúcha
*Com informações GaúchaZH

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